29.4.11

Vidas que Renascem

Vidas que Renascem

Presto serviços numa casa de acolhimento para mulheres imigrantes que sofrem várias dificuldades e obstáculos sociais, de trabalho e exploração financeira.  Alguns meses atrás estávamos acolhendo três mulheres jovens (duas provenientes da Europa do Leste e uma da África) quando nos pediram para  oferecer hospitalidade a uma pessoa transsexual (que eu chamarei de Sally) por um período limitado. 

Nos perguntamos entre nós, os membros da equipe responsável pela casa se estaríamos em condições de lidar com uma situação assim diferente, mas apesar de sentirmos certo receio e preocupação, dissemos que sim.  Sally chegou e logo percebemos quanta dor trazia dentro de si, de um passado bem difícil.  Sua vida havia sido cheia de dores e sofrimentos.  Tinha pouca confiança em si mesma e em qualquer outra pessoa.

Mas à medida que os dias foram se passando, percebemos que a presença de Sally criava um equilíbrio dentro daquele grupo de mulheres que havíamos acolhido.  Como era capaz de ouvir e confortar suas companheiras, Sally foi se tornando uma pessoa de referência e um estímulo para elas poderem encarar as feridas que estavam carregando por dentro.  Começaram então a se ajudar umas às outras para gerir seu dia-a-dia, procurando reconstruir uma vida nova.

Pouco tempo depois, Sally deixou nossa casa de acolhimento dizendo que tinha encontrado entre nós um lugar onde não havia se sentido julgada pela vida que conduzia, mas sim querida e bem recebida assim como era.  E que o ambiente sereno e familiar que proporcionamos havia permitido a ela começar a repassar a  história da sua vida e a desejar uma outra melhor e bem diferente, no futuro.

Irmã Monica, sfp 


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15.4.11

Uma Presença de Cura

Eu sempre soube que a presença de mesmo uma só Irmã Franciscana dos Pobres faz uma diferença na vida das pessoas ao seu redor.  E essa percepção foi confirmada mais uma vez com a bela influência das nossas Irmãs Rita Donnelly e Frances Delaney na vida dos outros moradores da moradia para idosos ainda independentes, necessitados de pouca assistência, o Residencial Brighton Gardens, em Saddle River, Nova Jersey, onde elas estão morando.

As duas continuam saudáveis, levando uma vida bem ativa, frequentando diariamente a Liturgia Eucarística, cantando no coral, prestando assistência nas atividades paroquiais, auxiliando em esforços de levantamento de fundos, comentando homelias junto ao Seminário Arquidiocesano e falando a favor dos residentes que não têm voz própria.

Para dar um idéia, somente nestas últimas semanas elas conseguiram realizar tudo isto: solicitaram ao padre para celebrar missas mensalmente e ouvir confissões antes de cada missa; ao administrador, para aumentar a frequência das visitas do dietista aos residentes e assim garantir que suas necessidades nutricionais estejam sendo atendidas; e participaram da oração do rosário com outros residentes, várias vezes por semana.

A diretora de atividades recreativas  do residencial partilhou comigo o seguinte com relação a Irmã Rita: “Ela atende aos pedidos de todos os residentes sem discriminá-los por suas convicções religiosas.  Irmã Rita considera a todos como sendo membros de sua ‘família de convívio’, demostrando profundo interesse para com cada um deles.”

Como se pode imaginar, é comum que algum residente seja enviado para o hospital por uma ou outra razão e é também muito natural que os outros residentes fiquem preocupados e queiram saber o que aconteceu, em cada caso.  Mas os regulamentos federais que garantem a privacidade da assistência sanitária não lhes permitem saber o que aconteceu.  Alguns deles ficam preocupados e angustiados até a pessoa retornar ao residencial e contar-lhes o sucedido ou, no pior dos casos, até eles receberem a notícia de mais um falecimento.

Nessas ocasiõess, sempre havia residentes entristecidos por não terem condições de ir ao velório para se despedir, como gostariam.  Então, Irmã Rita sugeriu a organização de um Serviço de Oração Memorial, no próprio Residencial Brighton Gardens, para cada residente que vem a falecer.  Esse serviço consiste em orações, leituras escriturais e uma partilha  entre os residentes das lembranças que tiverem da pessoa falecida.  Também os parentes da pessoa falecida são convidados e cada um deles é presenteado com uma rosa.  Esse gesto de profunda significação faz uma grande diferença tanto para os residentes como para os seus familiares.

Agradeci à diretora por esse relato e também por ela ter atendido solicitamente a  essa sugestão de Irmã Rita que proporciona uma sensação de completamento e de cura para cada um.

Unida na Bem-Aventurada Francisca, sua Irmã,
Anita McArdle


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Uma Experiência de Cura no “Lugar de Tamar”

Ontem, uma das voluntárias que atualmente se encontra em recuperação voltou a me inspirar.  É uma mulher miúda, simples e generosa, que se contenta com o que tem.  Vinha me contar sobre um pequeno problema que tinha tido: havia quebrado um prato.  Isso poderia parecer insignificante, mas quando você só tem três pratos e acaba quebrando um deles, parece ser muito!  Conversando com ela, disse-lhe: “Charline, sinto muito orgulho em conhecê-la.  Você só tem dois pratos e no entanto, continua feliz com aquilo que possui.”

Quanto cada um de nós poderia aprender com ela!  Quanta gratidão pela cura cada um de nós poderia sentir, se somente nos contentássemos com aquilo que possuímos!  É essa a minha intenção quando digo que essas mulheres do Tamar Place são muito generosas e, no caso de Charline, uma pessoa que se sente reconhecida e agradecida com o pouco que tem!  Não há inveja entre aquelas mulheres, nenhum sentimento de uma ter mais direito do que as outras, nada de ciúme.  Somente gratidão.  Como disse o místico cristão alemão Mestre Eckhart (1260-1327): “Se a única oração que você dissesse durante toda a sua vida fosse ‘Muito obrigado!’, seria o suficiente.” Em Charline, percebi essa oração em ação, um dos muitos dons que ela possui, e senti uma grande emoção invadir meu coração.

Ontem à noite fui visitar o lugar onde Irmã Karen Hartman guarda os objetos usados para os pobres e encontrei um jogo completo: quatro pratos rasos e fundos, e xícaras com pires, além de vários outros utensílios de cozinha que decidi enviar para Charline, sabendo como ela iria ficar contente.  Como eu gostaria de poder ir lá só para ver sua reação ao abrir o pacote! 
Irmã Mary Lawrence Vanderburg, SFP


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14.4.11

Madre Francisca Está Sempre na Ativa!

Uma jovem tocou a campainha da nossa casa.  Sentia-se sozinha e abandonada.  A depressão que estava sentindo a impedia até mesmo de prestar seus exames na Universidade.
Conversamos por algum tempo e finalmente ela nos revelou que se não fosse nossa disponibilidade em abrir-lhe a porta e o nosso espírito acolhedor, ela não teria tido mais nenhum motivo para viver.  Mas desde então ela começou a fazer uma caminhada de cura, tendo se sentido bem-vinda e ouvida e tido confiança em nós.  Pouco tempo depois, ela obteve seu diploma 'summa cum laude'.  Como constatamos, Madre Francisca está sempre na ativa!

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