29.4.11

Vidas que Renascem

Vidas que Renascem

Presto serviços numa casa de acolhimento para mulheres imigrantes que sofrem várias dificuldades e obstáculos sociais, de trabalho e exploração financeira.  Alguns meses atrás estávamos acolhendo três mulheres jovens (duas provenientes da Europa do Leste e uma da África) quando nos pediram para  oferecer hospitalidade a uma pessoa transsexual (que eu chamarei de Sally) por um período limitado. 

Nos perguntamos entre nós, os membros da equipe responsável pela casa se estaríamos em condições de lidar com uma situação assim diferente, mas apesar de sentirmos certo receio e preocupação, dissemos que sim.  Sally chegou e logo percebemos quanta dor trazia dentro de si, de um passado bem difícil.  Sua vida havia sido cheia de dores e sofrimentos.  Tinha pouca confiança em si mesma e em qualquer outra pessoa.

Mas à medida que os dias foram se passando, percebemos que a presença de Sally criava um equilíbrio dentro daquele grupo de mulheres que havíamos acolhido.  Como era capaz de ouvir e confortar suas companheiras, Sally foi se tornando uma pessoa de referência e um estímulo para elas poderem encarar as feridas que estavam carregando por dentro.  Começaram então a se ajudar umas às outras para gerir seu dia-a-dia, procurando reconstruir uma vida nova.

Pouco tempo depois, Sally deixou nossa casa de acolhimento dizendo que tinha encontrado entre nós um lugar onde não havia se sentido julgada pela vida que conduzia, mas sim querida e bem recebida assim como era.  E que o ambiente sereno e familiar que proporcionamos havia permitido a ela começar a repassar a  história da sua vida e a desejar uma outra melhor e bem diferente, no futuro.

Irmã Monica, sfp 


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