Mas algo entusiasmante estava
acontecendo em Roma de 1962 a 1965. O Papa João XXIII havia convocado o
Concílio Vaticano II e escancarado as janelas da Igreja para novos
entendimentos e novas visões. Cheguei a Roma a tempo de participar
da liturgia de encerramento do Concílio. Os documentos do Concílio
levaram Regina Mundi a atualizar todos os seus cursos! Alguns dos periti, ou peritos, do Concílio vieram e
apresentaram suas ideias aos estudantes.
Uma mulher americana que tinha
uma villa em Roma convidou as Superioras Religiosas para visitar sua Villa para
ouvir alguns dos periti. A Irmã
Maria Teresa Romeo era nossa Superiora local na Villa Francesca. Como
estava estudando teologia, fui convidada a participar desses encontros com
ela. Lembro-me sobretudo de minha emoção ao ouvir o famoso Cardeal
Suenens da Bélgica e o Padre Bernard Haring, CSSR, da Alemanha,
ambos periti do Concílio.
Os documentos do Concílio
começaram a ser distribuídos às Superioras Religiosas e eu tive a oportunidade
de lê-los. Foi um período de emoção e esperança. Nos Estados
Unidos, os documentos do Vaticano II estavam tendo impactos positivos e
negativos na Igreja. O Concílio instou mudanças na vida da Igreja.
Havia documentos sobre a liturgia, o ecumenismo, a Bíblia, a vida religiosa e
mais. Perfectae
Caritatis, a Perfeição
da Caridade, conclamou mulheres e homens Religiosos a voltar às
suas fontes e renovar suas vidas. Gaudiem et Spes, A Igreja no Mundo
Moderno, conclamou a Igreja a ser aberta aos regozijos e esperanças de todas as
pessoas. Cada documento instava algum tipo de mudança. Quem
percebeu o valor das mudanças, abraçou-as e avançou com elas. Foi
notável que as congregações religiosas fizeram as mudanças conclamadas enquanto
a educação para mudar as dioceses e paróquias avançou com lentidão na melhor
das hipóteses, encontrando resistência em alguns lugares.
As congregações religiosas foram
instruídas a realizar um Capítulo de Renovação. Nós tivemos um em 1968,
em Frascati, Roma. Nossa Congregação voltou a nossas Fontes, em reverência
e obediência, mas também com alguma oposição entre nós: o Evangelho, São
Francisco e Clara, o Movimento Franciscano, a Bem-Aventurada Francisca
Schervier e as fontes de nossa Congregação. Revisamos nossa Constituição
e, seguindo o exemplo dos Evangelhos, onde os novos Cristãos eram chamados
Seguidores do Caminho, demos-lhe o nome Nosso Modo Evangélico de Viver.
A Irmã Innocenta Donnelly, seguida da Irmã Rose Margaret Delaney,
lideraram a Congregação com coragem na direção da renovação para a qual
havíamos sido chamadas.
Para relembrar o que estava
acontecendo no país ao qual voltei, os Estados Unidos, nossa liderança eleita
conduziu-nos por um processo de renovação. Colaboramos com outras Congregações
Franciscanas para renovar o modo de viver Franciscano. Pedimos a ajuda de
estudiosos e líderes Franciscanos com excepcional espiritualidade. Houve
vários. Lembro-me claramente de dois: Irmã Maristell Schanen, uma líder
espiritual das Irmãs Franciscanas de Little Falls, Minnesota (falecida em 6 de
julho de 2012), e o Padre David Flood, OFM, o historiador. Meus
contemporâneos lembrarão de outros. Na Diocese de Brooklyn, colaboramos
com os Irmãos Franciscanos de Brooklyn, com quem temos uma longa história
conjunta.
Esses anos de estudo de nossas Fontes
e os passos que demos rumo à renovação fizeram-me sentir grata por fazer parte
de uma Congregação pequenas, mas com visão progressiva. Houve dias
difíceis, quando algumas de nossas irmãs optaram por deixar a
Congregação. Pelo menos para algumas, o lado positivo disso foi que
puderam vislumbrar a possibilidade de um modo de viver diferente para si
próprias. Minha familiarização com nossas fontes Franciscanas criou
uma grande gratidão por fazer parte da Família Franciscana mais ampla.
Irmã
Bernadette Sullivan, SFP
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